Agulha em Palheiro - 10

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--É porque hontem á noite estivemos a conversar a respeito do entrudo,
que está á porta. A mãe adormeceu com a ideia do entrudo, e por isso
sonhou que me via vestido de principe. Não foi outra coisa, minha
querida mãesinha... Venha almoçar, que eu levo-a pelo braço, como em
casa de Jeronymo Bonaparte levei uma vez a princeza Carolina.
--Valha-te nosso Senhor! não me deixas dizer o meu sonho até ao
fim!--tornou ella, dando-lhe uma fagueira palmada na face esquerda.
--Pois o sonho estava no principio, minha mãe?
--Estava... Credo!
--Cuidei que o principe acabava principe. Querem ver que elle se fez
sapateiro?
As irmãs riram; e o velho, abrindo os seus grandes olhos cataratosos,
largou tambem uma casquinada de alegre riso.
Fernando temperou o chá de sua mãe, serviu o pae, e proseguiu:
--Ora agora, ninguem a interrompe, mãesinha. Exponha lá as suas alegres
visões.
--Tu eras principe; ou estavas vestido de principe; mas, através do
peitilho da farda, batido a ouro, via-se-te o coração. Quando tu assim
estavas, começaste a chorar, porque descera do céo um anjo, e te levara
o coração para Deus. N'isto appareces vestido de negro, muito pallido,
menos no logar do rosto onde corriam as lagrimas, que brilhavam como
diamantes. Quando assim estavas muito triste, e nós todos a chorar
comtigo, torna a descer o anjo, e dá-te o coração, que te havia levado,
dizendo-te umas palavras, que se me varreram da memoria. Eis se não
quando, appareces vestido todo de resplendores de luz, com um semblante
muito luminoso, e uma alegria, como a pintam no rosto dos
bem-aventurados que adoram o Altissimo. Teu pae estava como absorto a
olhar para ti, eu tambem, todos riamos e choravamos de felicidade, ao
mesmo tempo, e n'este momento é que eu acordei.
--Alegre sonho, minha mãe! disse Fernando. O que eu agora queria era que
vocemecê me explicasse o como se ha de converter em realidade esse
bonito vestido de resplendores.
--Pergunta-o ao Senhor que me deu o sonho, filho, disse a mãe.
--O seu chá arrefece, tornou Fernando, eu faço-lhe outra chavena.
--Pois sim, meu querido filho; tem paciencia, que eu estou a tremer o
queixo. A velhice parece que traz comsigo uma constante Siberia!
--Vejo que ainda se lembra das suas lições de geographia, que o pae lhe
dava ha vinte annos, minha mãe. Ainda sabe que a Siberia é fria!
--Não, que tu cuidas que a velha ha de ser estupida por que é
velha!...--disse ella risonha.--Olha que ainda ás vezes recordo os
versos do nosso Bocage, e do nosso Francisco Dias Gomes. Este era do
nosso sangue; o outro era do nosso coração, não era Francisco?
--Oh! se era! estou-o vendo, como se fosse hontem, quando elle, na
mercearia, a S. Sebastião da Pedreira, me improvisou os versos com que
eu te venci, minha ingrata! Amaste-me por não poderes amar o Bocage, não
foi? Ora confessa a verdade, que eu agora já não tenho ciumes...
--Olha o tolo!--disse a senhora Maria Luciana, com a bocca cheia pelo
bocado de pão, rebelde aos seus raros dentes.--Lá que os versinhos me
encantaram, isso te juro eu que sim, Francisco... Não sei o que seria se
me dissesses em prosa aquellas coisas... Tu eras tão acanhado quando ias
lá a casa! Olha se te lembras que para me dares um raminho de violetas
em dia de meus annos, andaste a pedir ao aprendiz, quinze dias antes,
que m'o entregasse...
Fernando e as irmãs sorriam, sem quebra de respeito, d'estas amorosas
reminiscencias dos dois velhos, que trocavam gracejos, que era um como
prazer de lagrimas ouvi-los, de lagrimas, digo, para ouvintes que
tivessem coração muito sensivel ás poucas coisas commoventes que tem a
vida humana.
Findo o almoço desceu Fernando á loja, como já se disse começando este
capitulo.
Acabára elle de dar saída aos caixões de embarque, e outras ordens,
quando Hypolito de Almeida apeou d'uma carruagem, com as cortinas
corridas por dentro das vidraças.
Fernando viu-o no limiar da loja, e correu a abraça-lo, exclamando:
--Que surpreza! Eu não te esperava, meu querido amigo! Subamos á saleta.
Deixa-me ao menos tirar esta jaleca!
Almeida fitou os olhos no amigo do cêrco, de Coimbra, de Paris, de
Madrid, e as lagrimas rebentaram-lhe a quatro.
--Isso que é?--disse Fernando.--Que tens tu, Almeida?
--Tenho a alegria, que precisa chorar como a dôr. A tua virtude causa-me
uma vehemencia de respeito, de piedade, sensações tão estranhas e
fortes, que me fazem isto que vês, estas não sei se primeiras lagrimas
de minha vida. O que tu pudeste sobre ti, ó Fernando!
Os officiaes pararam de trabalhar, enleados n'este lance, e chorando sem
comprehender o alcance do que viam.
--Subamos--repetiu Fernando commovido.--Vem dar um abraço em meu pae, em
paga dos muitos abraços que tenho dado no teu.
--Pois sim, vamos--tartamudeou Almeida, n'uma irresolução.--Vamos...
tambem quero vêr tua mãe...
Subiram, e os dois velhos vieram logo espontaneamente á saleta por
ouvirem pronunciar o appellido _Almeida_.
--É o amigo do nosso Fernando--disse Francisco--vem d'ahi, Maria! vem
abraça-lo.
Oh meu Deus! que magnificos lances preparam as vossas divinas leis!
Quantas vezes, e quantos lances assim passam despercebidos na
obscuridade onde vivem os vossos eleitos!
Os dois velhinhos acharam-se nos braços de Hypolito de Almeida, que
sentiu em suas faces as lagrimas de ambos. Fernando, electrisado por
aquelle instante da vida do céo, beijou a mão do amigo, por que elle
assim respeitava e amava seus paes humildes.
Almeida parecia querer dizer alguma coisa que se lhe não moldava á
expressão. Aquelle vacillar, e olhar d'um para outro rosto, o começar e
recomeçar da phrase, terminou por esta abrupta pergunta á mãe de
Fernando:
--Minha senhora, quer ter a delicadeza de offerecer a sua casa a uma
dama, que veio em minha companhia, e me está lá fóra esperando na
carruagem?
--É sua irmã, senhor Almeida?--perguntou a velha.
--Não tem irmã--disse Fernando.--Será sua esposa. Queres surprehender-me
com a tua noiva? é hespanhola?
--Não é noiva--tornou o secretario--é irmã.
--Irmã!--redarguiu Fernando com espanto.
--Sim, irmã, porque tu és meu irmão.
--Como?!--exclamou impetuosamente Fernando.
--Vá, vá!--volveu Almeida--vá, minha senhora, offerecer a sua casa á sua
filha Paulina, que vem aqui pedir-lhe a mão de seu filho!
--Fernando já tinha corrido a escada abaixo; mas, a meia descida, parou,
olhou para si, e viu-se n'aquelle traje. Hesitou instantes, e disse:
--Porque não?! Ainda me torturas, miseravel vaidade!
A mãe seguia-o de perto, ajudada por Almeida.
Em seguida iam as duas irmãs de Fernando, cada uma com seu filhinho nos
braços.
Francisco Lourenço, que mal descortinava as escaleiras, ia mui de manso,
tacteando o mainel da escada.
Fernando abriu a portinhola da carroagem.
Paulina saltou-lhe aos braços; e, antes de proferir palavra, rompeu n'um
chorar e soluçar tão suffocante, que, nos braços dos dois e da velhinha,
foi transportada para o pateo.
Fernando ajoelhou á beira de Paulina, que recostava a face desmaiada ao
seio de Maria Luciana. Uma das creancinhas, do colo de sua mãe,
estendeu-lhe a mão a um dos anneis dos cabellos negros.
Paulina abriu os olhos, e sorriu á creança, e apertou a mão de Fernando.
Maria, com as mãos erguidas, murmurou:
--É o anjo do Senhor que volta com o coração de meu filho. Vejo-te agora
vestido de resplendores, Fernando!
O moço lembrou-se do sonho de sua mãe, e respondeu beijando-lhe a mão.
Ainda agora chegava Francisco Lourenço. Pediu que o deixassem approximar
de Paulina, e disse com a voz convulsa de lagrimas:
--Eu lhe agradeço, minha senhora! Eu lhe agradeço o bem que faz ao meu
virtuoso filho. Deus a abençôe, santa, que soube avaliar os merecimentos
d'este anjo. Deixe-me rojar as cans aos seus pés, que não ha desaire
n'esta humildade do pobre velho, ainda que elle fosse um rei!
Paulina abraçou-se expansivamente ao artista, e chamou-lhe pae.
--Pae! meu Deus!--exclamou elle--Com que liberalidade me pagaes os
padecimentos de alguns annos! Minha filha, que immensa alegria vem
trazer a tantos que a pediam ao Senhor! Eu quero que meu filho sinta
mais intensa felicidade que eu!...
Paulina sahiu amparada ao braço de Fernando, e no pescoço de Maria
Luciana. Entraram na saleta da livraria. Era a riqueza d'aquella casa.
Sentou-se a ditosa na cadeira de Fernando, junto á meza onde elle fazia
as suas leituras. Relanceou os olhos sobre a mesa, e viu na capa d'um
grosso volume de papel almasso esta palavra--_Paulina._--
Lançou rapida mão ao livro. Leu das ultimas paginas escriptas as linhas
finaes, que diziam assim:

«_Porque te vejo ainda, ó abençoado anjo do meu infortunio! Que luz é
que tu me mandas em sonhos, se o meu despertar é sempre no meu abysmo de
saudade?... Ainda te verei, ó Paulina?..._»

Ergueu-se, escarlate d'alegria, o anjo abençoado d'aquelle augusto
infortunio, abraçou Fernando com fremente ardor, e disse:
--Pois não vim eu trazer-te a luz dos teus sonhos, meu querido Fernando?

CONCLUSÃO
Fernando Gomes não pedia explicações de sua felicidade a Hypolito de
Almeida, nem a Paulina de Briteiros.
Aquellas alegrias tinham ainda a vaga desconnexão d'um sonho.
Os enlevos do presente não pedia ao passado a sua razão de existencia.
Os paes, e as irmãs de Fernando, pallidas e melancholicas meninas, tão
na madrugada da vida desgraçadas, pareciam estar agradecendo a Paulina o
bem que fazia a seu irmão, unico amparo d'ellas.
Almeida, quando pôde falar, sem desdizer da eloquencia das lagrimas da
bem-aventurada familia, disse gravemente o seguinte:
--Fernando, eu já te vi de joelhos aos pés d'esta senhora; mas não te
ouvi pedir perdão...
--Ah! exclamou Paulina, apertando ao seio Fernando para que has de tu
ajoelhar-te? Não quero, meu querido amigo. A mais desgraçada não era
eu!... Eu sabia que havia de encontrar-te, Fernando; tu é que não
esperavas mais ver-me. Eras incomparavelmente mais atormentado que eu...
--Mas, atalhou Almeida, vossa excellencia dá-me licença de expôr o
relatorio conciso... (o _sizo_, n'estes relatorios d'amores, é
extraordinaria coisa...)
Fernando e Paulina sorriram com o secretario, que proseguiu:
--Expôr o relatorio, dizia eu, dos imperiosos acontecimentos que me
constituiram na gloriosa obrigação de ser o mais ditoso dos
casamenteiros. Permitte vossa excellencia?
--Se fôr sempre engraçado como começa, consinto, disse Paulina.
--Como hei de eu ser engraçado contando uma historia de lagrimas, minha
senhora?
--Então não diga, não diga; eu contarei tudo ao meu Fernando. São poucas
palavras, meu amigo; é uma só palavra... _amava-te_; mas o teu Almeida
foi um barbaro! Sabia as minhas angustias, e deixava-me morrer.
Mandei-lhe pedir do convento, tantas vezes, que me dissesse em que ponto
da terra eu poderia encontrar-te!... Por fim calei-me, e esperei acabar
alli, e deixar-te uma lembrança que havia de vingar-me... Não
recordemos... não queiras que eu recorde o que soffri, até á hora em que
me vi livre para te procurar... Aqui estou, Fernando... É a segunda vez
que te procuro... D'esta vez não me deixes mais sair do abrigo da tua
grande alma...
Não sei se o prolongar o colloquio d'estas felizes creaturas seria dar
ao leitor um quinhão do contentamento d'aquella familia; o que
certamente me dispensam, é preambular para chegarmos ao ponto do
casamento.
Almeida, n'este mesmo dia, voltou com a licença do patriarcha para os
esposorios se celebrarem logo, onde aprouvesse aos contrahentes, dentro
do patriarchado.
Paulina quiz ser recebida na egreja onde fôra baptisada, e onde estava a
sepultura de sua mãe. Do templo de Santa Izabel passaram a visitar, nas
Amoreiras, o palacio onde Paulina tinha nascido.
--Pedia-te--disse ella a Fernando--que ficasses aqui, e a nossa familia
toda. Vê tu como em vinte e quatro horas o nosso bom Almeida fez mobilar
esta casa, ha nove annos deshabitada! Meu pae não consentiu nunca que
vivesse alguem na casa onde minha mãe tinha morrido... Olha, Fernando,
n'este quarto morreu ella e nasci eu!...
Desceram ao jardim. Lá estavam os canteiros, mas nenhuma flôr das que
ella memorava com infantil saudade em Florença.
--Ellas renascerão!--disse Paulina.--Nós teremos as minhas flôres,
Fernando! Serão os meus enfeites nos dias memoraveis de nossos prazeres
e amarguras! Na felicidade deve ser tão doce recordar os gosos como as
lagrimas...
A familia de Fernando aposentou-se no palacio das Amoreiras. A loja da
calçada do Sacramento fechou-se, depois que Francisco Lourenço andou
repartindo por asylos, e cadeias, e familias pobres, a fazenda com que
ia recomeçar a prosperidade do estabelecimento.
O primeiro e unico desgosto que assaltou, de surpreza, Fernando Gomes,
foi quererem os governos faze-lo por força visconde. O ministro que, á
conta da remessa da medalha e da carta memoranda, o quizera metter nas
garras da justiça, era o mais pertinaz thuribulario do homem que, um
anno antes, fôra vencido em concorrencia com o filho do regedor. O
ministerio estava entalado entre o Banco de Portugal e a divida activa,
e a divida passiva, e a divida fluctuante. Fernando Gomes era convidado
a salvar a ordem e as liberdades patrias, mediante cincoenta contos,
garantidos pelas contribuições directas, indirectas, quinto para
amortisação, real de agua... garantiam-lhe os cincoenta contos até com
os brilhantes da corôa, se elle pagasse á guarnição do Porto, que
ameaçava sublevar-se. Fernando Gomes teve pejo de ser portuguez, e
respondeu que pagaria os direitos do viscondado se o dessem ao sobrinho
do regedor, o qual sobrinho do regedor--diga-se aqui de passagem--chegou
a ser visconde, sem que ninguem lhe pagasse os direitos.
Francisco Lourenço morreu em 1848, e a senhora Maria Luciana dois annos
depois.
Tão ditosos lhes correram estes ultimos annos da existencia, que mais
parece que os anjos vieram a traslada-los de um céo para outro.
Gracinda e Genoveva educaram seus filhos na abundancia e melindre com
que foram educados os de Paulina. Entre a filha do nobilissimo Briteiros
e as empobrecidas filhas do artista, nenhuma estrema observavam os
servos e a sociedade. As pompas no trajar eram eguaes, e raro se
encontrava uma sem as outras nos bailes, onde Fernando ia por comprazer
com sua mulher, e ella por comprazer com as invenciveis prescripções do
mundo.
Eugenia passava em Paris os invernos, e alguns passou em Lisboa. Todas
as damas bem sorteadas em felicidade conjugal, poderiam inveja-la, menos
Paulina. A condessa de Rohan dizia que, a não o ter, teria pedido a Deus
um marido como o de sua irmã.
São volvidos vinte annos. Paulina deve ter quarenta. É ainda uma
d'aquellas privilegiadas formosuras, que Deus faz e conserva para que a
adoração dos esposos não afrouxe nunca. Fernando Gomes, a orçar por
cincoenta e dois annos, promette prolongada vida: a alegria do coração,
e da consciencia é muito na pureza do sangue, no equilibrio nervoso, e
n'esta suprema felicidade humana chamada saude, isto havemos de
inferil-o da nenhuma concorrencia de medicos e padres ao palacio das
Amoreiras.
Quem alli é certo, todas as noites, é Hypolito de Almeida, conde de S.
Salvador, par do reino, ministro de estado honorario, e padrinho dos
dois filhos de Fernando. Como é riquissimo e solteiro, espera-se que os
afilhados lhe succedam na herança.
A um seu amigo contou o conde de S. Salvador que, um d'estes ultimos
dias, Fernando Gomes descia a calçada do Sacramento com sua mulher e
filhos. Em frente da loja onde morou Francisco Lourenço, parou Fernando,
chamou os filhos, e disse-lhes:
--Vosso avô foi cincoenta annos sapateiro n'esta casa. Se alguma vez o
orgulho vos quizer perder, vinde aqui, e lembrae-vos que vosso honrado e
santo avô foi cincoenta annos sapateiro n'esta casa.
E voltando-se a Paulina, disse-lhe:
--Lembras-te, filha?... Ha vinte e dois annos, feitos em cinco de
janeiro, que tu apeaste n'este mesmo sitio... Foi aqui... Minha mãe e eu
levámos-te em braços para aquella pobre salinha dos meus livros.
Recordas-te, Paulina?
A senhora, com os olhos turvos de lagrimas, apertou a mão do marido, que
lh'a beijou sem pejo de seus filhos.

Ha um annexim, que diz:
PROCURAR AGULHA EM PALHEIRO.
É baldado empenho?
Pois eu assevero que, uma vez, procurei uma, e achei-a!
E, desde então, com a minha infinita paciencia, acho tudo que quero,
n'este palheiro da humanidade, mórmente quando os individuos, que
procuro, teem devorado a palha, e se me apresentam a nu,--coisa que me
tem acontecido mais vezes do que mereço a Deus.
Agora não espero achar tão cedo sujeito como Fernando Gomes.
Paulinas de certo ha muitas. As senhoras, em geral, são, como ella,
todas, todas, quando encontram homens como aquelle.
Nós, miseraveis despotas e miseraveis escravos, é que as fazemos más ao
parecer do mundo; mas na pureza de sua essencia, na angelica porção que
trazem do céo, não podemos nós corrompel-as.
Se não, corrompiamos.
Ó santas do infortunio, vós sois, no juizo de Deus, como as santas da
virtude!

FIM
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